A transformação e a comercialização de produtos agropecuários não são tarefas fáceis.
Assim como a carne e o leite possuem características específicas e passam por processos de transformação não só para o consumo, mas também para a conservação, a lã também tem os seus processos.
É um processo longo e trabalhoso, que a gestora Luciana Castelli buscou requalificar, a partir dos processos artesanais tradicionais. Desde a lavagem, com água morna, a temperatura adequada para que a lã não feltre e mantenha as suas fibras e características intactas até à cardagem, onde a fibra é penteada, de forma paralela, a fim de garantir a sua qualidade no processo.
As mechas que se formam vão para a fiação. Depois de fiado, o fio pode já ser utilizado, dependendo do uso ao qual se destina, este pode então ser torcido, para que se torne mais resistente, ou ainda, podem juntar-se dois fios torcidos no mesmo fuso.
Depois de fiado, são feitas as meadas e por fim o tingimento, caso se pretenda o fio a cores.
Sendo assim, Luciana Castelli encontrou no Engenheiro Carlos Ferrão, especialista na indústria têxtil há mais de 30 anos, o “Know-How” necessário para desenvolver os fios, a partir da lã recolhida.
Carlos Ferrão também possui a Carta de Artesão e a atribuição da Carta de Unidade Produtiva Artesanal, conferidos pelo CEARTE – Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património.
A lã da Bordaleira de Entre Douro e Minho e da Churras do Minho foi levada até à Serra da Estrela, no Distrito da Guarda, para ser analisada pelo Engenheiro Carlos Ferrão. Dessa parceria resultaram já os primeiros fios, que vão dar origem aos primeiros produtos desenvolvidos no âmbito deste projeto.
Sobre o desenvolvimento dos fios e dos produtos, especificamente, falaremos mais nos próximos artigos.